Pode parecer título de filme ou até de algum romance onde impera o drama. O sangue suor e lágrimas de que falo agora são os ingredientes que impulsionam e levam sempre pra frente a maioria de nossos atletas que participaram dos “Jogos Olímpicos de Paris 2024". Quem assiste regularmente os jogos, às reportagens do Esporte Espetacular ou ao Globo Esporte, pode perceber, nas entrevistas dadas pelos atletas que esta é uma realidade difícil em suas caminhadas rumo às olimpíadas. Só a custa de muita persistência, tenacidade, força de vontade, sangue, suor e lágrimas é que a maioria consegue vencer todos os obstáculos, atingir seus limites e chegar ao seu objetivo maior que é a conquista das preciosas medalhas.
Para a maioria deles, elas significam não apenas um prêmio pelos esforços sobre-humanos, significam sim: a “liberdade”, a “salvação”, a comida na mesa, o remédio para uma mãe doente e quem sabe, talvez até uma casa decente para morar.
É comovente percebemos a imensa vontade de vencer, de fazer o melhor, de mostrar para o mundo que mesmo sendo pobres e humildes, também merecem ter o que outros jovens mais afortunados têm e não sabem dar o devido valor. E é graças ao esporte que eles conseguem alcançar seus objetivos, por isso, se agarram a ele com unhas e dentes na busca de um futuro melhor. Muitos vindos de famílias numerosas que passam por necessidades inimagináveis, levando uma vida dura por falta de oportunidades de emprego e mesmo de educação. E aí, surge a alternativa do esporte. É aí que vemos o poder que o esporte tem sobre a juventude pois é onde aprendem o que seja disciplina, aprendem o valor da solidariedade, da competitividade, da amizade; aprendem a respeitar-se um ao outro e a conviver com as diferenças. Graças ao esporte, esses jovens marginalizados pela sociedade vencem os seus limites, mesmo que para isso cheguem até a mais completa exaustão física.
É preciso que nós torçamos por cada um deles, uma vez que são verdadeiros heróis, “pobres” heróis, que para fugir do desemprego e mesmo da fome, lutam tão incansavelmente por suas “medalhas”; muitos deles, carentes, até, do apoio financeiro, do patrocínio necessário das empresas privadas e por que não dizer dos poderes públicos que tanto poderiam fazer por eles e muitas vezes nada fazem. Torçamos, então, para que o sangue, suor e lágrimas dos nossos atletas se transformem em medalhas de ouro, bronze e prata em seus peitos valorosos e altivos.