Valéria Xavier
Prosa e verso
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Feminismo- ontem e hoje

 

Esse movimento — que muitos pensam que faz parte do passado, mas que como já foi falado em páginas anteriores foi iniciado por várias mulheres fortes, guerreiras e ativistas na luta pela igualdade de direitos — segue mais firme e mais forte atraindo novas gerações de militantes mesmo sendo outros os desafios.

Toda mulher deveria ler “O Segundo Sexo” — livro da filósofa francesa Simone de Beauvoir. Um clássico sobre o lugar da mulher no mundo publicado em 1949 pela maior pensadora do feminismo. Uma corrente que existe na Europa desde o começo do século 20. Leio Simone de Beauvoir há muito tempo. Uma de minhas autoras preferidas e, neste momento, minha maior inspiração para escrever esse “Ensaio literário sobre a mulher.” A leitura de seus livros me abre a mente para tentar estudar a mulher brasileira, os problemas que ela vem enfrentando ao longo dos anos, o que ela pensa do “Ser mulher nos dias atuais e também para pesquisar e escrever de um jeito mesos convencional. Torno a repetir que a leitura desse livro deveria ser obrigatória a toda mulher. Li e reli muitos de seus livros. A obra dessa escritora e filósofa francesa transformou a minha maneira de pensar sobre nós, mulheres.

O feminismo, infelizmente, costuma ser mal interpretado no Brasil. Piadas maldosas e posições políticas controversas impedem avanços nos direitos das mulheres. Por isso é importante nos conscientizarmos sobre o que representa o feminismo — não apenas para as mulheres mas, principalmente, para os homens.

Não me estenderei mais sobre sua vida e obra, no entanto gostaria de citar algumas frases antológicas de Simone que, certamente, nos ajudarão a entender um pouco mais as suas ideias e refletirmos melhor sobre o assunto. São elas:

“Homem é a definição de ser humano e mulher é a definição de fêmea – quando ela se comporta como ser humano, ela diz que imita o homem”

“Ninguém nasce, mas preferencialmente, se torna, uma mulher.”

“Poucas tarefas são mais parecidas com tortura de Sísifo do que o trabalho doméstico, com sua repetição sem fim: a limpeza se torna sujeira, a sujeira é limpeza, uma e outra vez dia após dia. A dona de casa se desgasta com o passar do tempo, ela não faz nada, apenas perpetua o presente, comendo, dormindo, limpando... a batalha contra a poeira e a sujeira nunca é vencida.”

“Toda opressão cria um estado de guerra; essa não é a exceção”.

“A vida tem valor, enquanto alguém atribui valor à vida dos outros; por meio do amor, da indignação, da amizade e da compaixão.”

do a distância que a separava do homem; somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta”.

“Querer ser livre é também querer livres os outros...”

“Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre.”

Essa é Simone de Beauvoir.

Adoro suas inúmeras frases que nos levam a refletir. Entre as suas inúmeras frases, a que mais causou furor e controvérsias é a famosa: “Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher”.

Nenhum destino biológico, psíquico, ou econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e a fêmea e o castrado que qualificam o feminino.

O passado passou. O futuro é agora, e a mulher, depois de tantos séculos e séculos amém, continua na sua luta diária. Parece que muita coisa ainda precisa mudar. Ainda há muito pelo que lutar. É verdade que muitos direitos já foram adquiridos: O direito de votar, de trabalhar fora de casa; o direito de ocupar o cargo que se deseja, inclusive cargos de liderança em empresas e até na política.

Quem diria hein?

Mas afinal será que todas as mulheres entendem o significado dessa palavra? Feminismo? Dias atrás, li um livro de uma escritora Nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie: “Sejamos todos feministas”.

Nele ela fala que foi muito rechaçada por se dizer feministas pois, na cultura Nigeriana, as feministas eram consideradas mulheres que odiavam os homens e mulheres infelizes, no que ela respondeu: que se fosse assim ela era uma africana feminista e feliz, que não odiava os homens e que usava batom e salto alto para si e não para agradá-los. Com este comentário engraçado a autora queria mostrar como a palavra “feminista” carrega um peso negativo que seria: “feministas odeiam homens, odeiam sutiã, devem mandar nos maridos, não se pinta, não se depila, está sempre de nau-humor e não usa desodorante.”

Claro que ela estava apenas brincando, mas é claro também que homens e mulheres são diferentes. São diferentes nos hormônios, são diferentes fisicamente – os homens são muito mais fortes. É comprovado estatisticamente que 52% são mulheres em todo o mundo. No entanto, infelizmente, os cargos de poder e prestígios ainda são ocupados pelos homens. O que não é justo, pois a pessoa mais qualificada para liderar não deveria ser a pessoa mais forte fisicamente, mas a mais inteligente, a mais culta, a mais criativa, a mais inovadora; e esses atributos tanto podem fazer parte da mulher como do homem, isto só prova que as ideias de gênero ainda deixam muito a desejar. O problema é que muitas mulheres estão confundindo feminismo com igualdade de condições, direitos e deveres. O problema é que direitos elas têm de menos, enquanto que deveres elas têm demais.

A mulher por muito tempo foi levada a ser “querida, benquista, a não sentir raiva ou ser agressiva. “Enfim, fomos educadas para sermos mulheres obedientes, prendadas e dispostas; aprender tudo que pudéssemos na “arte de agradar os homens.” O movimento feminista foi revolucionário ao promover as mudanças que já ocorreram na luta pela igualdade de direitos e independência das mulheres.

O fato é que passou-se a exigir da mulher moderna vários papéis na sociedade e na família; o que é uma equação desumana. Esta variedade de papéis que elas acumulam tornam o desafio ainda muito maior. Muitas se sobrecarregam de uma maneira tal que não aguentam as cobranças da sociedade quando decidem ser esposas, mães e profissionais. Toda essa carga sobre suas costas gera conflitos e frustrações que incidem em seu sucesso profissional e, fatalmente, implicará em algum prejuízo em sua vida pessoal, pois além de tudo que têm de dar conta, elas ainda precisam estar jovens e bonitas e felizes.

A injustiça e o preconceito em relação à mulher na sociedade não são clichês, mas uma realidade nua e crua. Muitas não conseguem driblar esta situação, o que às vezes levam-nas a fazer uma opção entre sua carreira, o casamento e ser mãe. Mas, mesmo com os obstáculos que aparecem, as mulheres estão conseguindo seu espaço e isto bate com a frase de Adriana Carvalho numa entrevista na ONU. “Há o mito entre as mulheres de que quanto mais alto o meu cargo, mais frenética e insana vai ser a minha vida. Mas quando se está no topo, o poder de fazer mudança é maior.”

A mulher vem tentando aos poucos conseguir este poder porém, infelizmente, acho que ainda tem muito caminho pela frente para esse tal empoderamento ser completo. Mas estamos lutando. Batalhando dia após dia pela igualdade destes “direitos” - a que temos direito.

A mulher é persistente, é resiliente por natureza, é guerreira e continua na batalha cotidianamente, pois atualmente a luta do feminismo não é apenas pela igualdade de direitos. É uma luta entre todos os seres humanos, respeitando-se é claro, cada uma de suas inúmeras características.

Será que conseguiremos ?

 

LéiaXavier
Enviado por LéiaXavier em 30/09/2022
Alterado em 16/07/2024
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